Não é comum um empreendimento estrear com um investimento inicial de US$ 30 milhões. No entanto, Flix Elizalde, Maximiliano Chab e Anbal de Frankenberg arremessaram 12 horas por dia durante meses para conseguir os fundos necessários para concretizar a ideia que tiveram. Assim, em agosto de 2021 nasci Elevva, uma empresa dedicada a capacitar outras empresas que vendem produtos online. E o faz através de três pilares: fundos, tecnologia e equipamentos.
Chab e De Frankenberg, que se conheciam do mundo financeiro – ambos coincidiram na Lazard -, se depararam com o modelo agregador de e-commerce e viu uma oportunidade com o surgimento do comércio eletrônico. Faltava-lhes um chefe com visão operacional e de execução de negócios, então Chab procurou sua amiga Elizalde, que na época trabalhava no MercadoLibre.
“Pegamos boa parte desse modelo agregador, que precisa de capital e velocidade no desenvolvimento desde envolve a aquisição de empresas que faturam entre US$ 1 milhão e US$ 10 milhões“, explica Elizalde. Eleva tem três modos de associação: comprar 51 por cento dessas empresas e operá-las em parceria, adquirir 100 por cento ou associar-se por meio de empréstimo para aquelas empresas cujo faturamento não mereça um processo de due diligence.
“Nós então os levamos para o próximo nível através do injeção de capital, implementação de tecnologia e o know-how da equipe profissional que temos”, detalha. Por exemplo, indicam, desenvolvem tecnologia própria para detectar categorias em alta nas buscas dos usuários ou para automatizar o cadastro de produtos em vários marketplaces simultaneamente.
Que categorias eles olham?
Mas há uma série de exigências na hora de escolher as marcas que adquirem. “O que é exclusivo é que esta empresa tem sua própria marca. Não queremos uma que se dedique a comercializar calçado de uma marca conhecida, mas sim que tenham criado valor através do desenvolvimento de uma marca que possamos promover”, afirma Elizalde. Quanto às categorias, dizem que são “ agnóstico”, embora decoração, brinquedos, tecnologia, roupas e jogos se destacam como os que mais os interessam.
“Enxergamos os importadores com mais olhos porque eles têm mais chances de regionalização”, diz o empresário. Atualmente Eleva tem 15 marcas em seu portfólio e escritórios na Argentina, México, Chile, Colômbia e China. Sua equipe de desenvolvimento de produtos e qualidade está concentrada em seu escritório na gigante asiática. Até 2023 esperam chegar a 30 marcas e abrir operações no Peru, Brasil e Equador. Cada gravadora, comentam, tem seu próprio site independente e a Elevva não possui um marketplace que reúna todas elas, mas se dedica a operacionalizá-las.
Essa injeção inicial serviu para acionar o maquinário, financiar aquisições e empréstimos. Nomes como Redwood Ventures, 23Fund e MatterScale Ventures participaram da rodada, além de investidores anjos como Pierpaolo Barbieri (fundador da Ual), Ariel Lambrecht (fundador da 99taxis) e Matt Robinson (fundador da GoCardless). Embora a projeção seja de crescimento, Elizalde destaca que hoje eles decidiram adotar uma abordagem mais cautelosa.
“Agora temos que cuidar do dinheiro porque não se sabe quando a torneira vai abrir novamente para levantar capital. Vamos tentar ser o mais inteligentes possível com o capital levantado”, diz. E conclui: “Se conseguirmos continuar gerando valor de forma rentável, provavelmente a prata aparecerá”.
Em números
Fundação: 2021
cobrança projetado: US$ 200 milhões
investimento inicial: US$ 30 milhões
Quantidade de funcionários:70
A versão original desta nota foi publicada no número 343 da revista Apertura.