Com o objetivo de diminuir o contágio e a transmissão do coronavírus, escolas do mundo todo migraram para a virtualidade. Na Argentina, o fechamento das escolas começou em 16 de março e surgiram plataformas educacionais como o Google Classroom, este Já é utilizado por mais de 1,2 milhão de argentinos. Ao mesmo tempo, muitas instituições optaram por complementar as aulas usando plataformas de videochamadas como Zoom e Google Meet.
Neste contexto, surgiram novas plataformas como o Apprendo, uma plataforma de e-learning que reúne professores de toda a Argentina. Seu objetivo é posicionar-se como uma plataforma de apoio educacional para estudantes argentinos. O aplicativo permite que as crianças tenham aulas particulares em casa.
Não possui vídeos pré-gravados, mas As aulas são em tempo real e é agendada uma data comum entre um ou dois alunos. “Quando os professores encontram os alunos o ensino é totalmente personalizado como se fosse cara a cara. O professor pode identificar se a metodologia precisa ser alterada”, disse Verónica Silva (23), CEO da Apprendo, à Infotechnology. O empresário estuda análise de negócios no Centro de Estudos Macroeconômicos da Argentina (UCEMA) e foi distinguido pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT) como uma das 35 pessoas mais inovadoras.
Como funciona o Apprendo
Os alunos podem se inscrever em diferentes categorias na página oficial do Apprendo.app. O aplicativo pode ser baixado na Play Store ou acessado via web. Você pode aprender inglês, alemão, italiano, chinês e português, matricular-se em aulas de apoio ao aluno em diversas áreas como história, matemática, ciências naturais, ciências sociais, ciências exatas. Você também pode receber aulas de apoio em vários instrumentos, treinamento profissional e programação.
O lançamento oficial aconteceu no dia 13 de março deste ano. O aplicativo ajuda os professores particulares a envolver os alunos em diferentes disciplinas remotamente. Até o momento mais de 3.000 usuários foram registrados.
Apprendo.app tem perna inclusive. Eles já trabalham na plataforma professores especializados treinados para ensinar crianças com deficiência.
A ideia surgiu em 2018 quando Verônica precisava de uma professora particular e não encontrava perto dela. “Pesquisei na internet esperando que aparecesse uma lista de professores particulares por área. Me surpreendi que não existisse. 90% das pessoas tiveram aulas particulares em algum momento da vida”, diz Verónica.
Um ano depois, começou a desenvolver a versão final do aplicativo junto com Javier Pozzi, atual CTO da empresa. Ele é engenheiro de computação e foi o responsável pelo desenvolvimento da plataforma. Foi desenvolvido 100% internamente na linguagem javascript usando estrutura Angular.
O modelo de negócios da plataforma permite que os professores cobrem dos alunos uma taxa por aula. Não receberam investimentos e esperam em 2021 consolidar o modelo de negócio para buscar investidores. “Próximo ano Vou focar em buscar capital. Estaremos procurando um investidor anjo“, avança Verônica. Esse tipo de investidor é conhecido por financiar startups com capital em troca de um percentual da empresa.
O próximo objetivo da startup é começar a operar bibliotecas, cafeterias e espaços de coworking como espaços de estudo remoto. “Queremos beneficiar os alunos e estabelecer espaços seguros para eles terem aulas. Aproveitando a tecnologia disponível, criamos espaços de estudo seguros onde professores e alunos podem trabalhar e estudar”, afirma.
O que os especialistas pensam sobre a virtualidade?
A virtualidade significou uma mudança radical na vida cotidiana de professores e alunos na Argentina. A suspensão das aulas presenciais obrigou as escolas e os pais a garantir a continuidade da aprendizagem em casa.
A psicóloga especialista em parentalidade Maritchu Seitn acredita que “interagir por canais virtuais é mais cansativo do que interagir pessoalmente”. No entanto, espere que aproveitar a situação para “fazer uma grande reviravolta”. “Esse tipo de educação foi concebido no início do século 20 e já deve sofrer mudanças importantes”, observação.
Segundo Denise Najmanovich, pesquisadora e escritora de vários livros sobre educação, “Manter o lugar da escola mesmo na virtualidade é muito importante.” “É um espaço de socialização, encontro e construção comunicada”, diz Najmanovich.
“O sistema educacional não tem conseguido aproveitar o poder da rede e gerar transformações na educação que permitam um tipo de trabalho capaz de focar na educação”, acrescenta o escritor.
“Apprendo.app é uma ferramenta tecnológica com poder de mudança no setor educacional. A longo prazo, queremos atingir toda a região”, antecipa Verónica Silva. “Como país, devemos nos adaptar e o mercado de trabalho também está mudando. As crianças devem estar na ordem do dia e é urgente“, finaliza o empresário.