O Bitcoin recuperou US$ 17.000 após registrar ganhos de 3,6% na reta final da semana.
As intenções do Fed de desacelerar o ritmo de aperto monetário e a iminente legalização da moeda no Brasil funcionaram como catalisadores para impulsionar a criptomoeda após o choque causado pela falência da FTX.
O colapso da empresa fundada pelo barão da criptomoeda Sam Bankman-Fried também derrubou a empresa de criptomoedas BlockFi, mas o nervosismo do mercado foi moderado por ambas as notícias.

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O Fed intervém para aliviar o bitcoin
O primeiro impulso de alta foi dado pelo presidente do Fed, Jerome Powellapós indicar em fórum econômico que os juros continuarão subindo, mas em ritmo menor.
Suas palavras tiveram um efeito calmante em todos os ativos de risco, incluindo criptomoedas e bitcoin.
Na verdade, foi uma “recuperação de alívio” dos temores dos investidores de que o presidente do Fed relutasse em confirmar que o banco central reduziria seus aumentos de juros em dezembro, analistas da títulos de ligação.
Não é isso Powell desarrolhe o champanhe altista. Simplesmente deu ar ao mercado para verificar com os dados dos próximos meses o efeito do ajuste monetário em que o Fed embarcou.
No final, “é muito mais difícil desfazer o dano causado pelo movimento muito rápido agora com pouca ou nenhuma visibilidade do impacto do endurecimento do passado”, disse ele. Craig Erlam, Analista em Oanda.
Com essas expectativas, o bitcoin recuperou US$ 17.000 e subiu para máximos de várias semanas. Ainda assim, Erlam foi cauteloso. “As consequências do FTX continuam pesando muito e a perspectiva de mais infecções ou escândalos é difícil de ignorar”, disse ele.
Brasil se prepara para legalizar criptomoedas como meio de pagamento
Ao mesmo tempo em que Powell lançava um salva-vidas no mercado de criptomoedas, o Brasil aprovou uma lei para legalizar os pagamentos em criptomoedas em todo o país.
Ao contrário do que El Salvador fez, que tornou o bitcoin uma moeda legal, as autoridades brasileiras deram sinal verde às criptomoedas como meio de pagamento.
Isso permitirá que as administrações públicas realizem operações com criptoativos, sem precisar declará-los como moeda legal.
O projeto, que deve ser assinado pelo presidente da república brasileira, estabelece o marco legal das criptomoedas e da prestação de serviços de investimento, segundo comunicado distribuído pelo Congresso brasileiro.
O projeto considera um ativo virtual como uma representação digital de valor que pode ser negociado ou transferido eletronicamente e usado para fazer pagamentos ou para fins de investimento.
FTX embers impactam bitcoin embrulhado
O mercado recebeu bem as notícias do Brasil e de Wall Street, mas o bitcoin também não conseguiu estender o rali além de US$ 17.000.
O problema é que a onda de choque do FTX todos os dias deixa danos colaterais. As últimas suspeitas recaíram sobre o bitcoin embrulhado, uma stablecoin lastreada pela moeda na proporção de 1:1.
Seu uso tornou-se muito popular no ecossistema de finanças descentralizadas (Defi), pois poderia ser usado na cadeia de blocos ethereum.
Normalmente, ele é negociado no mesmo nível do bitcoin, como todas as stablecoins vinculadas a tokens, mas o medo surgiu porque começou a apresentar um “desconto persistente” em relação ao bitcoin, segundo a empresa de análise Kaiko.
Desconfiança no mercado
O desconto surgiu de preocupações de que o bitcoin embrulhado não é totalmente suportado, uma vez que Pesquisa Alamedacorretora fundada por Bankman-Friedera na época o maior comerciante desta moeda.
A empresa que custodia o bitcoin embrulhado, BitGo, tentou afastar as especulações, dizendo que a moeda é totalmente lastreada pelos bitcoins que mantém sob custódia.
É verdade que o desconto entre as duas moedas diminuiu nas últimas sessões. No entanto, o caso mostra que os mercados criptográficos são uma caixa de pólvora no momento.
“Todo mundo tem medo de tudo”, disse ele. Evgeny Gaevoyfundador e CEO do fundo criptográfico Wintermute.