Além do fato de que as estatísticas de criminalidade na Argentina estão abaixo da média regional, juntamente com a corrupção e a inflação, Insegurança é um dos três principais problemas que preocupam os argentinosde acordo com um estudo realizado pelo Observatório de Psicologia Social Aplicada (OPSA), dependente da Faculdade de Psicologia da Universidade de Buenos Aires.
É neste contexto de preocupação cidadã que Hipcam, uma startup nacional de proptech focada em digitalizar o acesso a edifícios residenciais e corporativos para que cada usuário (pessoa física e consórcio) possa gerenciar a segurança por meio de tecnologia inteligente, simples e fácil de usar, a um custo menor do que o usual.
“Estamos experimentando o fim dos porteiros e chaves elétricas tradicionais. Daqui a quatro anos, nenhum novo empreendimento residencial instalará os antigos sistemas de intercomunicação com fio e fechaduras tradicionais”, diz Esteban Zecler (42), CEO da Hipcam, que começou com uma Investimento inicial de US$ 2 milhões.
O conceito por trás do nascimento desta startup é gerar comunidades mais seguras e conectadas. “Vimos que a tecnologia aplicada ao controle de acesso não estava chegando à América Latina e foi isso que nos motivou a desembarcar com o lançamento do Video DoorBell Concierge, uma câmera com tela Touch Screen que permite atender a campainha do celular com videoconferência onde você estiver e abrir a porta principal do prédio, além de poder entrar com reconhecimento facial e compartilhar chaves digitais temporárias para visitantes ou pessoal de trabalho”, explica Zecler.
Esse ecossistema de soluções de Internet das Coisas busca eliminar o atrito de acesso decorrente da renda a residências, escritórios e aluguéis temporários.
Esteban Zecler, CEO da Hipcam.
“Na Argentina ainda não existem soluções que digitalizem os acessos em edifícios residenciais e/ou corporativos. Em alguns, inclusive, continuam se mantendo com os sistemas básicos de chaves físicas e com um sistema de conexão entre a porta e os departamentos que requerem facilidades especiais para poder abri-lo remotamente. Isso soma-se aos gastos com segurança e administração que poucos consorciados podem agregar às suas despesas devido ao alto custo que representam”, analisa o CEO.
Modelo de negócio
Para desenvolver o hardware, a Hipcam fez parceria com a Foxconn, a maior fabricante de tecnologia do mundo com parceiros como Sony, Apple, Cisco, Dell, entre outrose o aplicativo é desenvolvido a partir de sua sede na Argentina.
Com a campainha de vídeo, eles visam diferentes mercados-alvo: edifícios residenciais, edifícios corporativos e apartamentos de aluguel temporário para gerar automaticamente as chaves de entrada para os visitantes.
E o modelo de negócio é simples: dá a possibilidade ao instalador e integrador (empresas de soluções de segurança e controle de acesso, instalação e manutenção de porteiros tradicionaisetc.) a possibilidade de gerar renda mensal recorrente pelo serviço instalado (acumulável ao longo do tempo por número de prédios) fazendo com que sua receita cresça com o tempo.
Além disso o instalador obtém lucro pelo mark-up na venda do equipamento e sua instalação.
Para desenvolver o hardware, a Hipcam fez parceria com a Foxconn, a maior fabricante de tecnologia do mundo.
Atualmente a startup conta com um total de 34 funcionários e esperava fechar 2021 com um faturamento de US$ 4,5 milhõesIsso porque o sistema já foi adotado por mais de 30 construtoras como Town House, Skallen, Century 21, Haut, Cohen & Mach, entre outras, e em mais de 20 edifícios residenciais e corporativos em todo o país.
Olhando para o futuro, e após o sucesso obtido na Argentina, em 2022 a Hipcam iniciará sua expansão para o Brasil, Israel e México.
Uma versão desta nota foi publicada na edição 274 da Infotechnology (janeiro-fevereiro de 2021).