Interior da Bolsa de Madrid. /
Vodafone afunda na Bolsa de Londres após baixar previsões de lucros
As bolsas europeias ficam para trás com o forte dinamismo ascendente de Wall Street num novo dia marcado por expectativas quanto à evolução da inflação na primeira potência mundial.
Os principais índices americanos abriram em máximas de dois meses após saber que o Índice de Preços ao Produtor (IPP) subiu 0,2% em outubro. Um número inferior aos 0,4% antecipados pelo mercado e que dá alento para quem espera que o Federal Reserve (Fed) americano modere o ritmo de alta dos juros nos próximos meses.
As altas também vieram da mão de valores como o WalMart, que disparou mais de 7% no fechamento dos mercados europeus depois de surpreender positivamente com seus resultados do último trimestre fiscal. Apesar de entrar com prejuízo, seu faturamento superou as expectativas do mercado, que historicamente tem considerado a empresa como um termômetro da evolução do consumo no país.
Apesar do forte dinamismo do outro lado do Atlântico, as altas mal ultrapassaram os 0,4% no Velho Continente, com o Ibex na cauda dos números verdes com uma tímida subida de 0,27%, mantendo pelo menos 8.188 pontos.
A maior queda correspondeu à Grifols (-3,7%) e Cellnex, que caíram 3,3% ao saber que JP Morgan e HSBC realizaram ontem uma venda acelerada de 3,6% do capital da empresa, com um desconto de 7% sobre seu preço de fechamento.
Outros grandes valores do setor como a Telefónica também evitaram ganhos maiores na seletiva, com quedas de mais de 1,8%, impedindo que os aumentos de bancos e empresas de energia compensassem os números vermelhos. Solaria subiu 7,6% no fechamento, seguido pelo Banco Sabadell (+5,7%), Endesa (+2,2%), CaixaBank (2,1%) e Santander (1,42%).
O menor ânimo de compra na Europa vem depois de uma recuperação recente que pode convidar à realização de lucros em sessões em que, como a de terça-feira, foram condicionadas pelos fracos resultados comerciais da Vodafone, cujas ações caíram perto de 9% na Bolsa de Londres após reduzindo suas previsões de lucro para o ano como um todo.
Além do mercado de ações, a atenção dos investidores é desviada para o euro na terça-feira. A moeda única aproveita a fraqueza apresentada nos últimos dias pelo dólar para deixar a paridade para trás. O cruzamento entre as duas divisas situou-se em 1,03 dólares, o valor mais elevado desde julho, dada a já referida alteração que os investidores têm dado nas suas expetativas quanto ao futuro da política monetária da Fed.
As projeções agora sugerem que a alta dos juros em dezembro será de 50 pontos-base, e não de 75 pontos como nas quatro reuniões anteriores.